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Resiliência

Equipe de pesquisa do Laboratório de Soft Skills.

13 ago, 2023

¿O que significa ser uma pessoa resiliente?

A vida é uma jornada repleta de altos e baixos, de momentos doces que se alternam com outros mais amargos. No caminho, há circunstâncias que podem colocar à prova nossa capacidade de enfrentamento, nos levando ao limite e causando muita dor. Uma ruptura, o falecimento de um ente querido, uma falha profissional ou uma perda econômica são alguns exemplos disso.

A verdade é que ninguém está isento de sofrer essas experiências, embora a forma de enfrentá-las possa variar dependendo de cada pessoa. Nesse sentido, há quem pareça ser feito de outra matéria. Apesar dos golpes que recebem na vida, sempre conseguem se levantar e seguir em frente. Nestes casos, entra em cena um conceito da psicologia: falamos da resiliência.

A resiliência é definida como a capacidade de superar a adversidade, de modo que a pessoa consegue seguir em frente apesar da dor, utilizando até essas experiências como uma fonte de aprendizado e crescimento. O fato de um indivíduo ser resiliente não o torna imune ao sofrimento. Na verdade, essa qualidade está relacionada à capacidade de integrar essa dor sem que ela seja paralisante. Geralmente, aqueles que se saem bem nos cenários mais críticos conseguem se adaptar à realidade que vivem, adaptando-se com sucesso aos desafios que surgem.

A verdade é que a resiliência é uma capacidade inerente ao ser humano. Como espécie, estamos preparados para buscar a sobrevivência, o que muitas vezes nos obriga a nos adaptar a situações particularmente complicadas. No entanto, é verdade que há indivíduos com uma tendência mais marcada para ser resilientes. Essa qualidade não pode ser definida em termos dicotômicos (tudo/nada), pois a resiliência e a vulnerabilidade são dois extremos de um contínuo.

Ao longo do espectro, as pessoas podem se situar em diferentes pontos, embora todos tenhamos um pouco desse instinto que nos impulsiona a lutar diante da dificuldade. Além disso, a resiliência não é uma característica estável. Pelo contrário, uma mesma pessoa pode demonstrar uma enorme resiliência em um momento de sua vida e, no entanto, em outro, se encontrar completamente abatida.

Algo importante que devemos ter em mente é que a resiliência não é sinônimo de ausência de patologia. Muitas vezes acontece que o cenário em que o indivíduo se encontra é tão ameaçador que a adaptação requer medidas desesperadas. Sacrifica-se o equilíbrio interno da pessoa para continuar remando. Por exemplo, pessoas que sofreram abusos reiterados na infância podem seguir sendo aparentemente funcionais em seu dia a dia graças ao mecanismo da dissociação.

Embora fragmentar a personalidade dessa maneira prejudique gravemente a saúde mental da pessoa, é o caminho mais eficaz para suportar a dor enquanto o perigo está presente. No entanto, em situações de estresse menos extremas, é possível que a pessoa consiga se adaptar com resultados positivos sem que haja sequelas.

Da mesma forma, devemos reconhecer o fato de que a resiliência não é uma característica inata ou que dependa exclusivamente da vontade de cada um. Na verdade, essa qualidade é mais provável de se configurar quando a pessoa possui fatores de proteção a nível individual, familiar e até comunitário. Em outras palavras, a resiliência vai se construindo na interação da pessoa com seu grupo social.

Algumas das variáveis que ajudam as pessoas a lidar melhor com a adversidade são:

  • Boas habilidades sociais
  • Empatia
  • Expectativas realistas
  • Autoestima e autoeficácia
  • Dispor de um ambiente familiar estável
  • Sentir-se amado e cuidado
  • Perseverança
  • Viver em um lugar seguro
  • Ter uma residência confortável
  • Habilidades de resolução de problemas

¿É possível treinar a resiliência?

Como comentamos algumas linhas acima, todos temos um pouco desse instinto que nos leva a seguir em frente. No entanto, há quem pareça ter muito mais facilidade para lidar com as crises da vida. A boa notícia é que a resiliência é, sim, uma qualidade que podemos treinar e fortalecer de diferentes maneiras:

  • Cuidar das relações sociais: As pessoas resilientes costumam ter uma rede social sólida e funcional que lhes oferece apoio nas dificuldades. Por isso, é fundamental cuidar dos nossos vínculos com a família, o parceiro, os amigos… Manter interações frequentes e satisfatórias nos fortalece.
  • Escolher a estratégia de enfrentamento adequada: Quando temos um problema ou crise à nossa frente, precisamos nos fazer uma pergunta: Posso resolver esse problema? Se a resposta for afirmativa, faz sentido buscar maneiras de resolver a questão. No entanto, isso nem sempre acontece. Às vezes, os problemas não podem ser resolvidos e o que devemos fazer é trabalhar nas emoções que essa situação nos causa. Em ocasiões, nos ofuscamos tentando mudar uma realidade imutável, o que nos faz sofrer por partida dupla.
  • Ter um sentido vital: Quando temos um “para quê” em nossas vidas, podemos analisar as dificuldades com mais perspectiva. Ter um sentido vital é como ter um horizonte que sempre vemos ao fundo, mesmo que haja muitas montanhas para escalar. Quando não temos esses alicerces, é fácil nos sentirmos completamente desesperançosos na primeira adversidade.

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