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Analisando as pessoas complexas – Os emisários

Lic. Juan Martin Posse

11 jun, 2023

CONHECENDO AS PESSOAS NA NEGOCIAÇÃO. OS “EMISSÁRIOS”, intermediários das pessoas tóxicas

Emissários: algumas pessoas não percebem que são usadas por outras para prejudicar

O fim do problema nem sempre costuma ser o fim do sofrimento. Na verdade, quando falamos de relações com pessoas denominadas modernamente como tóxicas, essa afirmação se torna mais representativa do que em qualquer outro caso.

Imaginemos que conseguimos pôr fim a uma relação com um perfil tóxico. Pode ser um parente, um sócio, um parceiro ou um colega de trabalho, já que o modo de operação costuma ser sempre o mesmo.

Vamos pegar, por exemplo, o cenário em que se teve a coragem de sair da área de influência de alguém com uma influência perniciosa em nosso relacionamento e gerando conflitos constantes. Além disso, é possível que estejamos convencidos de que tudo foi resolvido e que as situações foram pacificadas com a dissolução dos vínculos com a pessoa ou as pessoas chamadas “tóxicas”. Em uma boa parte dos casos, acreditamos que está tudo resolvido, mas, em algumas situações, ainda há um passo a mais a ser dado: analisar com cuidado se o vínculo foi realmente cortado. A pergunta, neste caso, é, principalmente, se o conflito e a relação eram com um chamado “perfil abusivo”. Mas em vários casos, você acha que esse perfil abusivo vai simplesmente deixar você “perder” facilmente?

Nessas ocasiões, quando ocorre o afastamento de um “perfil tóxico”, ainda existe uma fase final, que chamamos de “fase dos emisários”. Para entender como funciona essa fase dos emisários e dar a resposta correta, devemos fazer um esforço de imaginação para tentar compreender como se sente esse perfil tóxico, abusivo ou parasita que acabamos de perder.

Alguns reagem se fazendo de vítimas, outros com um ataque de ego ou ainda há quem se faça de ofendido. Essa mini fase costuma ser relativamente curta, pois logo percebem que a decisão que tomamos não tem volta.

Por outro lado, sabem que estamos “fora do alcance”. Já não conseguem nos alcançar. Talvez tenhamos bloqueado, talvez não, mas já não nos importam suas mensagens; de qualquer forma, sabem que perderam o controle sobre nós. Desesperados – embora nunca mostrem ou admitam isso – vão jogar sua última carta: morrer matando.

E é aí que entram os chamados “emisários”. Os “emisários” são, na maioria das vezes, pessoas ingênuas e crédulas que caem nas redes de manipulação do perfil tóxico. Esse perfil tóxico começará a falar mal de nós, a nos desvalorizar e a nos caluniar, e para conseguir isso, não hesitará em distorcer a realidade, usar quem estiver ao seu alcance e que possa servir aos seus fins, ou o que for necessário. Não podemos esquecer que dentro dessa coleção há personalidades psicopáticas.

Os emisários acreditam nisso – está claro que não se destacam pela perspicácia ou pelo critério, na verdade, são escolhidos de forma premeditada e com astúcia – e se erguem como defensores do pobre perfil tóxico, que aparentemente está sofrendo tanto por nossa culpa. Frente a isso, nós seguimos com o que realmente importa. Bloqueamos. Não entramos na discussão. Dedicamos nossa atenção ao que é realmente importante.

Um perfil tóxico não suporta que não estejamos com ele. Além disso, isso não os deixa. Como disse algum psicólogo espanhol: “…olha, que vivam. Que desfrutem da vida. Veja, um mundo se abre diante deles, cheio de possibilidades, pessoas a serem manipuladas, livros para ler e viagens a realizar.”

O interessante a analisar neste caso é: como conseguem adeptos e emisários para sua causa? Bem, sua estratégia preferida é fazer pena e se apresentar como vítimas, sabendo que sempre há alguém suficientemente ingênuo para defendê-los, se compadecer de seu sofrimento e aplicar a justiça que acredita que merecem. Bom, eles têm outra estratégia, que consiste especificamente em apresentá-lo como um monstro, para que ninguém queira estar com você e assim isolá-lo. Seguem a máxima de “se não for para mim, não será para ninguém”. Se puderem fazer isso de maneira pública, melhor ainda, pois assim deixam você no chão. Pois bem, não se preocupe, essa agressividade e esse falar mal de você em público, seja nas redes sociais ou na rua, são as melhores provas de que a intenção deles é completamente tóxica. Na verdade, se tivessem uma intenção conciliatória, tentariam falar com você em particular e com um tom mais amigável.

Pelos seus atos os reconhecerás. Quem quer fazer mal tentará de todas as formas. Essa é a principal característica do perfil tóxico. E, se for publicamente, melhor ainda.

Por outro lado, a pessoa que sofreu com um perfil tóxico é discreta, não entra em detalhes e não quer polarizar ninguém contra a pessoa que a maltratou. Apenas vive, tenta curar suas feridas e se foca em reconstruir. O que quero dizer com isso? Não perca nem um segundo tentando se proteger dos emisários. Apenas bloqueie, ignore e continue focado no que realmente importa, pois com certeza você tem muitas coisas para fazer.

O perfil tóxico insiste. Persegue. Castiga. E, mais uma vez, coloca em evidência sua toxicidade para tirar qualquer dúvida de quem tenha um mínimo de discernimento.

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